Luxação da Articulação Acromioclavicular
INTRODUÇÃO
Como o próprio nome já diz, consiste na articulação entre o osso da clavícula e o acrômio. Esta articulação faz parte do complexo ligamentar suspensório do ombro, ou seja, é um dos pilares de sustentação de toda a cintura escapular com o tronco.
É estabilizado por dois complexos ligamentares principais: 1) ligamento acromioclavicular 2) ligamentos coracoclaviculares (formado por 2 ligamentos: conoide e trapezoide)
De forma geral a principal função do ligamento acromioclavicular é estabilização horizontal, isto é, impede que a clavícula desloque principalmente para anterior ou posterior em relação ao acrômio. Já os ligamentos coracoclaviculares tem a função de estabilização vertical, isto é, impede um deslocamento inferior do acrômio em relação a clavícula.
O QUE É A LUXAÇÃO ACROMIOCLAVICULAR?
Ocorre quando há um trauma, geralmente uma queda sobre o ombro. Ocorre a ruptura dos ligamentos estabilizadores desta articulação, podendo romper somente os ligamentos acromioclavicular ou em conjunto os coracoclaviculares, dependendo da energia do trauma.
AO EXAME FÍSICO
O paciente apresenta-se com dor e edema na região da art. Acromioclavicular. Esta dor é acentuada principalmente durante elevação do braço. Além desses sintomas, pode haver deformidade.
EXAMES DE IMAGEM
A radiografia é o exame padrão-ouro para o diagnóstico e avaliação desta lesão. Classifica-se o grau e distancia de deslocamento da clavícula em relação ao acrômio e em relação ao processo coracoide (estrutura óssea da escápula onde se inserem os ligamentos coracoclaviculares).
A avaliação radiográfica deve ser feita através da incidência de Zanca, em que inclui-se no mesmo filme a articulação acromiclavicular do lado que não foi lesado, objetivando-se comparação entre as distâncias da clavícula e acrômio, bem como da clavícula ao coracoide. De extrema importância também é a realização da incidência axilar, para excluir que não haja deslocamento posterior da clavícula.
TRATAMENTO
A indicação entre tratamento cirúrgico e não-cirúrgico baseia-se na classificação da lesão, isto é, no grau de deslocamento articular. Nos casos mais leves (grau 1, 2 e 3) há indicação inicial de tratamento não cirúrgico com repouso, utilização de tipoia, bolsa de gelo sobre o ombro e medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos. Após realiza-se reabilitação com fisioterapia para ganho de movimento e fortalecimento do deltoide, trapézio e musculatura periescapular.
Nos casos em que há maior deslocamento (grau 4,5 e 6) há indicação de tratamento cirúrgico. Há inúmeras técnicas cirúrgicas descritas para o tratamento desta patologia. A minha preferência é ou pela técnica artroscópica com fixação através de endobotton entre a clavícula e processo coracoide ou pela técnica aberta através de amarrilha subcoracoide e/ou amarrilha com ancoras no processo coracoide, associado com sutura e retensionamento da fáscia deltotrapezoide.
De qualquer forma, em caso de trauma entre em contato e agende hoje uma consulta com Ortopedista e Traumatologista especializado em patologistas de clavícula. Sua saúde merece.